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sexta-feira, 13 de abril de 2012

O FOLIÃO NO RODEIO

Me extraviei no carnaval,
bem na véspera do rodeio,
tomei um porre dos feio,
de perder as estribeiras,
nem sei como achei a porteira,
pra chegar até o rancho,
andou me batendo os gansos
e na cabeça uma zoeira.

Peço desculpa aos parceiros,
arrumem outro pra equipe,
me sinto tonto e sem pique,
tapado de purpurina,
sem pilcha e de cola fina,
não me darão boi no brete,
em tudo enxergo confete
e nos laços serpentinas.

Ainda zonzo das ideias
e com pimenta nas vistas,
tudo embaralha na pista,
desajustou o meu foco,
com o pó eu me sufoco,
“to” que nem biscoito em forno
e o gado lá no retorno,
até me parece um bloco.

Fui subir na arquibancada,
me vim de costa de novo,
fiquei perdido no povo,
sufocado no calor
e a voz do narrador,
no ouvido me embrulhava
e até me representava,
o canto do puxador.

Passei o dia bistonto,
foi assim o meu rodeio,
cheguei em casa ainda feio,
com um bafo no gargalo,
a tonteira me deu um pealo,
até nem dá pra falar,
quando fui desencilhar,
tinha esquecido o cavalo!

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