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sábado, 27 de abril de 2013

MATEANDO SÓ

Foto própria
Vejo o verde do campo
na erva que cevo o mate
e uma saudade me bate
do galpão grande da estância
onde eu ouvia com ânsia
sentado no meu banquinho
os causos do seu Negrinho
nos meus tempos de criança

Aquele filho de escravo
que eu chamava de vô
muitas vezes me salvou
de apanhar com a bainha
quando eu correndo vinha
pedir sua proteção
gritava lá do galpão
deixa o menino madrinha

Tudo se foi com o tempo
também se foi o guri
e hoje mateando aqui
o banco não é o meu
o vô Negrinho morreu
levando os causos com ele
só resta uma espora dele
que de presente me deu

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