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domingo, 2 de agosto de 2015

DAS NOITES E TROPAS

Foto de Giancarlo M. de Moraes

Quantas noites mal dormidas
com a carcaça molhada
por corredores e estradas
tropeando aqui e ali
foram cavacos da lida
de uma infância sofrida
da qual herdou o guri

Noites de ponchos e pelegos
geada e fogo-de-chão
também noites de verão
de estrelas e lua cheia
noite escura e ronda braba
quando o cansaço desaba
e o sono vem e boleia

Longas foram as jornadas
com seu avô e o pai
e assim como tudo vai
foram-se também as prosas
e nas noites quase sem fim
passava o vento clarim
ecoando notas penosas

E hoje de barba branca
recordar é o que lhe resta
quando a saudade molesta
o que não cicatrizou
e no baú da lembrança
é onde guarda a herança
que de tropear lhe tocou

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