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sábado, 16 de julho de 2016

SEM UM RANCHO SÓ SEU



E passaram-se os anos branqueando a melena
daquele xiru que viveu solitário
de estância em estância sem ter paradeiro
e miles e miles de lindas chinocas
passaram a “lo largo” na estrada da vida
e a sorte esquecida deixou-lhe solteiro

Foi taura valente peleou como tantos
de lança e adaga nos campos sulinos
seu tempo passou sem um rancho só seu
só Deus, seu Patrão que ainda lhe resta
conduz seu cavalo de lombo pisado
lembrando um passado que pouco viveu

Recolheu-se o taura num galpão alheio
assim como sempre sua vida passou
pitando um palheiro junto ao fogo de chão
sorvendo um mate com a erva lavada
ainda esperando que mude sua sorte
ou o sopro da morte lhe apague o lampião