Páginas

Marcadores

terça-feira, 21 de agosto de 2018

CHASQUE PRA JESUS





Patrãozito da Grande Invernada Celestial, aproveitando que atendes a todos que te procuram, me apresento diante de Ti,  com a mala de garupa cheia de humildade e esperança, pedir que na hora do mate aí com o Patrão Maior, diga que a peonada aqui da Terra anda meio caborteira, com a ideia retorcida, pendendo para um caminho avesso do qual Ele nos apontou como certo.

Diga também Patrãozito que Ele faça com que esses maulas se deem conta de que Sua palavra é a única e verdadeira e que se bem pregada e acolhida, só benefícios trará e a bondade e o amor são as armas que deverão fazer uso para que nossa Estância Terrena não seja invadida pela maldade, pela ganância e pelo ódio, para que nossos piazitos possam desfrutar desta magnífica Querência.

GRACIAS!

domingo, 19 de agosto de 2018

PRA MINHA PRENDA

     

Com esses olhos graúdos,

Atiraste uma armada,

Laçando a meia espalda,

Meu coração de solteiro!

Já se vão muitos janeiros

Que este laço me segura,

Com amor, carinho e ternura,

Minha Prenda de Formigueiro!

domingo, 12 de agosto de 2018

NO RUFO DAS PATAS

Foto de Giancarlo M. de Moraes

O trote marchado de um gateado oveiro
vencia a estrada já bem conhecida
a alma apressada chegava primeiro
mas não se apressava quando da partida

Lá no horizonte da tarde fria
o sol afagava vagas nuvens ralas
e os sonhos e anseios que o taura trazia
pateavam no peito abrigados no pala

A silhueta do rancho distante surgiu
o taura firmando um galope seguiu
no rufo das patas marcando a cadência

Na boca da noite aquele “oh! de casa”
e a saudade no peito apagando as brasas
com o abraço cinchado da velha querência

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

NO BALANÇO DAS CHINELAS



Já bem na boca da noite,
floreou um tico-tico
e no galpão o Tio Nico,
falou no seu jeito lento:
- Fechem tudo lá pra dentro,
que este canto fora de hora,
é sinal que sem demora,
vai vir um tufão de vento.

A gurizada se olhou,
mostrando certo espanto
e sobre o pelego num banco,
embodocou-se o gato,
parecendo que de fato,
teve o pressentimento,
quando o ronco do vento,
boleou a perna no mato.


Tio Nico coçou a barba,
parecendo-se alheio,
assobiou num floreio
e foi espiar na janela,
depois trancou a tramela,
deu uma atiçada no fogo,
sentou-se quieto de novo,
a balançar a chinela.

Quando ouço fora de hora,
o canto do tico-tico,
imaginando eu fico,
que ele do seu abrigo,
está proseando comigo,
pra que eu tenha tenência
e acreditar na vivência
e no saber dos mais antigos.