Páginas

Marcadores

segunda-feira, 30 de maio de 2016

RANCHO



Melena de santa-fé,
quatro paredes barreadas,
pelas tormentas templadas,
pelo sol quente e geadas,
pela poeira da estrada
e pelo limo dos anos,
com fibra de um veterano,
que não se entrega por nada!

Rude habitação modesta,
que pela pampa se espalha,
onde o xiru se agasalha,
onde o Minuano assobia,
seja de noite ou de dia,
a sinfonia do vento,
te reponta para dentro,
hospitalidade e poesia!

És o marco das moradas,
humildes de toda a terra
e mesmo sendo tapera,
serve de abrigo ao andante,
teu melancólico semblante,
das paredes carcomidas,
são infortúnios da lida,
que te judiam bastante.

Continuarás soberano,
embora pobre e sem luxo,
neste Rio Grande gaúcho,
nesta Pátria Riograndina,
pois se Deus te deu a sina,
de abrigar os seus filhos,
lutarás como um caudilho,
sem que te cruzem por cima!