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domingo, 6 de dezembro de 2020

DAS VOLTEADAS


Mais ou menos a meia tarde
tomei um banho de sanga
e volteei o baio no campo
pois eu andava desinquieto
me ortigava a carcaça
como se fosse sarampo

De pilcha nova e cheiroso
saí batendo estrivo
qual um valete de ouro
na guaiaca uma ponchada
farejando um fandango
pra me ajeitar num namoro

Meu baio trocando orelhas
troteava atravessado
pachola que nem o dono
com a fumaça do palheiro
voavam meus devaneios
sob um luar de outono