Foto de Carlos Alberto Tatsch |
A lida de um peão
solteiro
pelas fazendas do
pago
é dura mas sempre há
tempo
pra uma volteada e
um trago
procurar um rabo de
saia
na hora de um afago
prosear com os
parceiros
carrerear os
parelheiros
espairecendo os
encargos
Tirar leite na
mangueira
quebrar queixo de
aporreado
se perder coxilha
afora
no feitio de um
alambrado
lavrar terra sem
trator
com boi zebu aluado
dar boia pra criação
prestar contas pro
patrão
sobre a situação do
gado
Carnear e curtir o
couro
estaqueado com
taquara
aproveitar o tempo
bom
prender fogo numa
coivara
ir na venda pra
Patroa
isto não é coisa
rara
e quando recebe os
pilas
dar uma volta na
vila
pois quem ta vivo
não para
Cortar lenha de
machado
tirar palanque no
mato
nos dias que está
chovendo
lidar nas cordas com
tato
pra refazer os
estragos
da lida e dente de
rato
também reunir o
rebanho
naqueles dias do
banho
pra controlar os
carrapatos
E para a banda da
noite
busca o abrigo do
galpão
pra dar um jeito na
boia
e sorver um
chimarrão
depois se espichar
num catre
onde vem recordação
da prenda lá do
povoado
e o namoro
alinhavado
na borda do coração