Era chegado num
trago
o tal Maneco
Gonzaga
e por se destorcer
numa adaga
ficou famoso no pago
em muitos queixos
fez estrago
quase deixando do
avesso
não era dele o
começo
mas depois que
encarniçava
a adaga velha
lonqueava
nunca perdendo o endereço
Peleava com mais de
um
ou quem viesse pela
frente
virava num
“bicho-gente”
não tinha de
zunzunzum
reborqueava qual
muçum
com o anzol lá no
bucho
mas o desdobre do
gaúcho
dando de fio e de
prancha
taureava e abria
cancha
sem precisar dos
cartuchos
Muitos outros
peleadores
se achavam igual a
ele
porém era só aquele
com a fibra dos gladiadores
e dentre outros
fatores
que foram do berço
herdados
não se sentia
igualado
pois lhes faltava a
conduta
primeiro se é
recruta
para depois ser graduado
Por vezes até
changueava
para rebanhar uns
trocos
que quase sempre mui poucos
pra uma carreira ou
uma tava
quando a coisa
melhorava
se arranchava num
galpão
rebenqueando a
solidão
da anca até o
focinho
pra que uma felpa
de carinho
cravasse em seu
coração
O tempo encurtou-lhe
a vista
e o reumatismo a
destreza
e a Santa Mãe Natureza
vai conduzindo o
artista
que mesmo assim não
despista
quando alguém lhe
indaga
procurando a velha
adaga
como quem não perde
a cisma
pois ela foi
batismo e crisma
do tal Maneco
Gonzaga
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