A lua cheia se espalha
pelas várzeas e coxilhas
sendo a oitava maravilha
com o brilho de safira
que lá do céu se atira
qual uma cortina de prata
com o encanto das cascatas
onde o silêncio se retira
Cai um pedaço de lua
nas asas de um pirilampo
e num passageiro relampo
na noite zigue-zagueando
quem sabe um código mandando
no seu voo desinquieto
pra ter também o afeto
de alguém que'stá lhe esperando
Vou contemplando minha sombra
que na estrada se projeta
e com cisma de poeta
um soneto de improviso
na minha ideia diviso
quando se acertam as rimas
e a lua lá de cima
me ajuda se for preciso
Prossigo pela estrada
em companhia da lua
rumo ao rancho da chirua
pra umas horas de afago
a mais linda do meu pago
minha eterna paixão
que só o meu coração
sabe o que nele trago