Foto de Giancarlo M. de Moraes
Quando os
tropeiros passaram, o capataz ajustado na fazenda, entregou o gado que fora vendido
ainda quando do outro capataz.
O novato
sabia quantas cabeças o patrão vendera, mas não conhecia com detalhes os
animais. Juntamente com os tropeiros, reuniu a tropa e ajudou largar na
estrada. Na fazenda não havia ninguém naquele dia, a não ser ele com sua
família.
A tropa já
com três dias de estrada, pastorejava num rincão limitado por um canto de cerca
e um mato de sanga, onde um dos tropeiros dava jeito na boia, enquanto os
outros chimarreavam e rondavam o gado.
Aproveitando
uma folga da faculdade, o filho do fazendeiro reuniu alguns amigos e resolveu
passar o fim de semana na fazenda.
Já na
estrada, no passo de um lagoão, encontrou a tropa que sedenta se fartava
naquela água corrente, onde ele quando piá, muitas vezes ao passar por ali, pedia
para o pai parar, para ver os cardumes de lambaris que prateavam ao sol.
Recostou a
camioneta para um lado e ficou observando a tropa passar. Campeiro, reconheceu
que alguns eram da fazenda. Foi identificando aqueles, até que em um dado
momento exclamou:
- Não, não
é possível, o Colibri tá indo junto! Não é possível!
Boleou a
perna e dirigiu-se a um dos tropeiros, onde confirmou que o boi que ele
reconheceu era da fazenda do seu Firmino, justamente seu avô.
Pediu que
apartassem e dissessem o preço, pois aquele animal tinha sido um guaxo
presenteado a ele e não era para ser vendido, nem para serviço, quanto mais
para ser levado ao matadouro. E por um fio que não foi.
Acertaram
o preço e apartaram o Colibri. A tropa seguiu seu destino, enquanto ele
chamando o boi pelo nome, este atendeu e veio lamber-lhe a mão como quando
terneiro.