Num
comércio de carreiras
conheci
o tal Rosalino
um
sarará teatino
domador
e bom na trova
tinha
na cara uma cova
herança
de um três listas
um
rasgo arriba da vista
vestígio
de alguma sova
Chapelão
com vincha escura
nas
orelhas desabado
um
lenço bem colorado
já
com as franjas esfapiadas
bota
campeira esfolada
bombacha
preta bem ruça
mas
um sorriso na fuça
de
ganhar qualquer parada
Se
achegou para a copa
cabresteando
uma ruana
num
gesto pediu uma cana
que
golpeou num talagaço
e
com a cana do braço
meio
que enxugou o bigode
e
no cavanhaque de bode
ajeitou
o barbicacho
Até me agradei do taura
pelo
seu jeito simplório
e
provoquei seu repertório
com
um verso no repente
e
já no mas o vivente
tapeou
na testa o chapéu
e
levantando a mão pra o céu
saudou
o povo presente
Tinha
ternura na alma
e
um timbre que dava gosto
a
alegria no rosto
e
um compasso bonito
mirava
o infinito
sendo
o dono de si
e
até lhe convenci
pra
que trovasse solito
E
assim foi o sarará
tarde
a dentro na porfia
e
prometeu que outro dia
voltaria
outra vez
gostei
da sua altivez
e
abracei diante do povo
pois
se ele vir de novo
talvez
eu trove - talvez
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