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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

MILICIANO

Desenho de Felício Agostini Lampert


Trazia no corpo um resto de farda
a perna quebrada de um golpe de bala
melena comprida emendada com a barba
no mesmo balanço das franjas do pala

Magro e mancando ainda vinha de tiro
o velho cavalo seu tanque de guerra
que tal como ele voltava ao retiro
de missão cumprida em defesa da terra

Rasgavam as coxilhas pontaços de lanças
em longas batalhas ou curtos combates
e o homem da guerra com toda pujança
firmava o garrão pra esporear o rebate

E a guerra passou pra ficar na história
e no miliciano só as cicatrizes
qual tatuagens trazendo à memória
as lutas ferrenhas que firmaram as raízes


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