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segunda-feira, 3 de junho de 2019

NO SUL DO MEU MUNDO

Desenho no paint brusch do windows.

As folhas foram aos pouco
se despencando dos galhos
no galpão o pai-de-fogo
se renovou no borralho
é o sintoma do outono
e  prenúncio da invernia
deixando as noites compridas
pra que se encolham os dias

As nuvens de pala cinza
chegam gordas de água fria
e o Minuano entre as casas
notas geladas assobia
chega também o Campeiro
com seu sopro de arrepio
a criação se enrosca
tremendo e “grune” de frio

Nas várzeas um esbanjar d’água
nas coxilhas aragem fria
o sol vai dormir mais cedo
a lua se arrepia
e as estrelas ficam longe
dum inverno rigoroso
que o gado arrepia o pelo
e o campo branqueia o toso

E aqui no Sul do Meu Mundo
bem onde vem dormir o sol
a geada branqueia tudo
cobrindo com seu lençol
o taura porém resiste
seu pala aguenta o repuxo
pois pra viver nestas plagas
só mesmo sendo gaúcho

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