Foto de Giancarlo M. de Moraes. |
quando morava lá fora,
mais que ansioso espero a hora,
para ouvir os quero-queros,
gritando lá no potreiro
e comer rapa de carreteiro,
feito em panela de ferro.
Quero brincar de mangueira,
na raiz daquele umbu,
onde este pequeno xiru,
se achava o rei do gado.
Quero quebrar a quietude,
“alvorotando” o açude,
num baita banho pelado!
Quero melar lixiguana,
abelha e camoatim.
Quero subir no cupim,
que foi parceiro discreto,
quando dava um alce a lida,
em aventuras proibidas,
num lugarzito secreto.
Quero pescar de caniço,
na sanguinha da divisa,
onde usei a camisa,
improvisando uma rede
e depois do arrastão,
juntei as conchas das mãos,
cheias “d‘água” pra minha sede.
Quero montar a cavalo,
naquele gateado meu,
pra mostar que ainda sou eu,
num tiro de quadra e meia,
depois voltar pra ramada,
com a tala bater espada,
arremedando uma peleia.
Quero fazer outras lidas,
que não dá pra ser agora,
mas quando chegar lá fora,
na querência onde nasci,
quero esquecer a cidade,
varrer pra longe a saudade
e de novo ser guri!
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