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terça-feira, 14 de dezembro de 2021

FIEL BRASINO


 

Rengueando e assoleado
seguia o cusco comigo
fiel parceiro e amigo
valente o bravo soldado
desde pequeno ao meu lado
se acostumou com meu jeito
e eu também lhe respeito
lhe corrijo mas adulo
e cá comigo calculo
o bem que já temos feito

Tamanho não é documento
é um pouco mais que nanico
com ele me identifico
mais de cincoenta por cento
quando mateio e me sento
faz meu pé de travesseiro
se espicha de corpo inteiro
num cochilo relaxado
um olho aberto o outro fechado
vai patrulhando o terreiro

Atende por Sapucai
nome que eu mesmo botei
ele gostou eu bem sei
é só atiçar que vai
e comigo quando sai
mesmo rengo não se mixa
dum toruno à lagartixa
se desdobra e não faz feio
e sabe bem parar rodeio
quando num amor se enrabicha

Dorme embaixo da escada
que tem na porta da frente
dando sinal quando sente
até uma alma penada
tem a orelha acanhada
resultado de peleia
por isto também rengueia
por ter aceito um desafio
no entrevero do cio
numa noite de lua cheia

E vamos peleando brasino
cada um na sua lida
com esperança que a vida
não nos deixe teatino
pois se Deus quis que o destino
nos juntasse meu parceiro
no nosso jeitão campeiro
dando conta do recado
não te faças de rogado
e venhas pra o travesseiro


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