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sábado, 19 de fevereiro de 2022

ME DESDOBRANDO NO BASTO

 

Soltou um bafo das ventas,

se embodocou e rompeu.

Rezei pedindo pra Deus

que me desse proteção,

juntei a crina na mão

e me calcei na espora

e saímos campo fora

fazendo tremer o chão.

 

Se encolhia e se espichava

e eu baixando o porrete,

e se não fosse ginete

eu não ficava em cima,

pois entendo da esgrima

e mantenho a minha estampa,

o mango guasqueia a anca

deixando toda brasina.

 

 

Gosto muito desta lida,

 levo ela no capricho.

Faz parte da minha vida,

meu ganha-pão meu ofício!

 

Um bagual já refugado

por peão de outra estância,

mas eu sempre tive ânsias

de domar um cavalo assim,

é coisa que vem em mim

desde o tempo de piazote,

enquanto não firma o trote,

a doma não chega ao fim.

 

Não judio nem machuco,

mas monto todas as semanas.

O olhar nunca me engana,

me firmo bem e me casco.

Até hoje não fez fiasco

cavalo que eu domei,

foi assim que me criei,

me desdobrando no basto.

 

Eu nunca fui exibido

nem tão pouco pacholento,

por PUJOL me apresento,

é assim que sou conhecido,

com doma é que mais lido

mas também atiro o laço

e nas rodilhas o abraço

deste peão para os amigos.

 

         (para o meu amigo Julio Pujol, domador de respeito que muito considero).

sábado, 5 de fevereiro de 2022

PRA REVIVER MEU VIVER

Então me ia pra fora

mesmo nas férias de julho

onde até hoje mergulho

na sanguinha que outrora

eu me perdia na hora

"garimpando" lambaris

era um aqui outro ali

um lá e outro acolá

por vezes até um jundiá

surpreendia este guri


Nunca esquecerei a querência

onde passei a infância

e por maior a distância

não me fugirá da consciência

aquela mais pura essência

que compõe este meu ser

e no peito vem me roer

todo tempo e toda a hora

me reportando lá pra fora

pra reviver meu viver

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

ASSIM QUE DER

Há dias venho com ânsia,

de abrir o baú do tempo,

pra reencontrar minha infância,

que está guardada lá dentro.

 

Vou revirar com cuidado,

pra que nada se estrague,

pois uma volta ao passado,

não há dinheiro que pague.

 

O tempo me anda escasso,

mas assim que der eu faço,

minha viagem ilusória.

 

Tenho certeza e garanto,

que encontrarei lá num canto,

o livro com minha história!