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sábado, 19 de fevereiro de 2022

ME DESDOBRANDO NO BASTO

 

Soltou um bafo das ventas,

se embodocou e rompeu.

Rezei pedindo pra Deus

que me desse proteção,

juntei a crina na mão

e me calcei na espora

e saímos campo fora

fazendo tremer o chão.

 

Se encolhia e se espichava

e eu baixando o porrete,

e se não fosse ginete

eu não ficava em cima,

pois entendo da esgrima

e mantenho a minha estampa,

o mango guasqueia a anca

deixando toda brasina.

 

 

Gosto muito desta lida,

 levo ela no capricho.

Faz parte da minha vida,

meu ganha-pão meu ofício!

 

Um bagual já refugado

por peão de outra estância,

mas eu sempre tive ânsias

de domar um cavalo assim,

é coisa que vem em mim

desde o tempo de piazote,

enquanto não firma o trote,

a doma não chega ao fim.

 

Não judio nem machuco,

mas monto todas as semanas.

O olhar nunca me engana,

me firmo bem e me casco.

Até hoje não fez fiasco

cavalo que eu domei,

foi assim que me criei,

me desdobrando no basto.

 

Eu nunca fui exibido

nem tão pouco pacholento,

por PUJOL me apresento,

é assim que sou conhecido,

com doma é que mais lido

mas também atiro o laço

e nas rodilhas o abraço

deste peão para os amigos.

 

         (para o meu amigo Julio Pujol, domador de respeito que muito considero).

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