No silêncio das horas
quando o mate faz costado
sinto o peito apertado
por falta de um aconchego
junto do fogo percebo
uma visão que se forma
vem para mim e retorna
pra tirar o meu sossego
Meu cusco arrepia o pelo
rosna mas não se levanta
lá fora um galo canta
sem ser hora de cantar
ouço a cambona chiar
sem do tempo ter noção
e na brasa de um tição
vejo alguém a me espiar
Levanto e abro a janela
vejo as estrelas e a lua
vejo a coxilha nua
quem sabe louca de frio
ouço do vento o assobio
entre o galpão e o arvoredo
levando nele o segredo
num galopar bem macio
Afasto bem os tições
recosto a cuia e cambona
e minha alma se arrincona
enquanto o coração bate
e na pelegama de um catre
campeio em busca do sono
pra num sonho ser o dono
de uma parceira pra o mate
Um talento natural que brota da alma desse poeta, despojado de vaidades, consegue despertar às reminiscências de todo aquele que deixou suas pegadas na campanha. Parabéns pelos versos amigo Deroci Moraes
ResponderExcluirObrigado. Volte sempre!
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