Bem no finzinho da tarde
a noite reponta o dia
pra pousar lá no poente
e a estrela boieira
como um sinuelo pras outras
surge calma e reluzente
O gado manso se achega
pra o pernoite junto as casas
como quem já traz o sono
galinhas trepam poleiros
e o "até amanhã!" de um cardeal
na copa do cinamomo
A chama de um candieiro
brota lá dentro do rancho
enfumaçando o capim
com o mate já cevado
a china lida na volta
e as crias se vem pra mim
Pego o caçula no colo
que me acaricia o rosto
com sua mãozinha fina
e a guria se enciúma
quando na volta do braço
cincho a cintura da china
E no aconchego do rancho
com carinho e com saúde
me firmando na raiz
junto co'a china e os miúdos
parece pouco mas basta
pra que eu viva feliz