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sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

QUANDO "BOMBEIO" O CAMPO

 



Patrão do Céu agradeço

por estes momentos santos 

quando "bombeio" o campo

daquele guri madrinheiro 

mais tarde taura campeiro 

fazendo sempre o melhor

e onde derramei o suor

nos mormacentos janeiros


E nas geadas macanudas

ou na carga do Minuano

este taura pampiano

fosse de noite ou de dia 

a cavalo percorria

tendo o poncho como abrigo

e hoje  aqui só revivo

tudo tudo o que eu fazia


Minha vista não é a mesma

e vê o campo embaçado 

mal e mal divulgo o gado

e as ovelhas não vejo

do açude só um lampejo

quando o sol dá um pitaco

vislumbro lá longe o mato

palco de muitos falquejos


Mesmo assim te agradeço 

Patrão Bueno das Alturas

de permitir esta criatura

campeirar pelo passado

e que os olhos embaçados  

que enfumaçam o campo

sentem comigo num banco

pra que eu sonhe acordado