Numa daquelas tardes ensolaradas de domingo de primavera, as nuvens de lã de ovelha bordavam o campo com suas sombras.
Pequenas flores dançavam aproveitando o ritmo e o assobio do vento.
Na estrada, a poeira de um solitário cavaleiro participava da dança.
Um bando de minúsculas aves surgiu lá no horizonte, e num voo irregular contra o vento, ficavam maiores ao passo que se aproximavam do açude onde as nuvens de lã se espelhavam e também projetavam as sombras.
Da frente do rancho, o pai vigiava a gurizada que num corre corre frenético, à beira d'água, manejava os caniços, vez por outra fisgando lambaris que reluziam ao sol.
Numa daquelas tardes, lá estava eu.