Esta vontade de amar o pago
é a herança de um antigo Rio Grande
correndo forte nas veias farrapas
purificando o meu próprio sangue
Esta vaidade de andar pilchado
me foi passada por meus ancestrais
indumentária que identifica
não sendo apenas vestes ornamentais
Esta coceira que me dá na sola
é uma sarna que herdei das bailantas
escaramuçando e sovando as botas
e calejando a anca das percantas
Esta ânsia que rói o meu peito
é um calor herdado d'alguma paixão
há muito tempo arrinconada em mim
vício danado qual o chimarrão
Esta paz que habita meu rancho
é uma dádiva do Patrão do Céu
e agradeço quando dobro o joelho
falando com Ele tirando o chapéu
Nenhum comentário:
Postar um comentário