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terça-feira, 4 de março de 2014

PRA ME ENROSCAR NUM ABRAÇO

Foto própria


Os palanques da porteira,
me deram tiau quando vim,
até a malha de taquara,
também acenou pra mim.
Uma rajada de vento,
quis tirar o meu chapéu
e as nuvens derramaram,
suas lágrimas lá do céu.

Busquei a volta do zaino
e me enforquilhei no basto,
meu lenço juntou as pontas,
como deixando um abraço,
meu poncho enganchou no arame,
com vontade de ficar,
minha mãe correu pra dentro
e se escondeu para chorar.

Ralhei com o meu cachorro,
pra que voltasse pra casa
e a saudade caborteira,
já queimava como brasa.
Como é duro partir
e deixar nossa morada,
são os caprichos do destino,
que nos levam para a estrada.

Um dia é certo que volto,
pisando no próprio rastro,
pra reencontrar minha gente
e me enroscar num abraço!

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