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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

BATENDO CAROÇO

Foto de Ariomar F. Martins (o atleta é o meu pai, seu Antão com 95 anos de idade).

Um balim de referência,
quatro rigas e quatro lisas,
campo fora sem divisas
ou num plano do terreiro,
de mano ou de companheiro
velhos tronqueiras e moços,
vão batendo caroço
por canha ou por dinheiro.

A bocha vale dois pontos
e a partida vinte e quatro.
Numa tábua com buracos
que tem a numeração,
é feita a marcação
pelo próprio bolicheiro,
naquele placar campeiro
que todos prestam atenção.

Assim é o jogo de bocha
no reduto de um bolicho.
Por dinheiro é no capricho
e mais atenção no jogo,
que se inflama e pega fogo
no decorrer da partida,
por vezes as bochas medidas
pra se evitar algum logro.

Se o trato é por um trago,
o jogo é mais folgado,
vai deslanchando flauteado
com alarido e torcida.
A bocha é curta, é comprida
e patacoadas da hora
e muitos que estão de fora
dão piruadas na partida.

Bate a do ponto pra seis
diz um parceiro pra outro.
Deixa pra mim que sou canhoto,
responde quase num berro,
eu atiro como quero,
pacholeia bem afoito,
vou trocar ela pra oito
porque pra o fora não erro.

A bocha fica no ninho
e a partida está ganha,
vem logo o liso de canha
que bebem se divertindo.
Quem ganha flauteia rindo
em meio ao alvoroço,
é assim que batem caroço
pelos bolichos aos domingos!


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