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sábado, 27 de abril de 2019

MEU NACO DE CHÃO

Foto de Giancarlo M. de Moraes

Andei por pagos estranhos
por este mundo de Deus,
mas nenhum é como o meu,
onde deixei o umbigo.
É só aqui que consigo
viver bem a minha moda,
porque ninguém incomoda
e vivo rodeado de amigos.

Aqui tenho o meu rancho,
onde chimarreio cedo,
tenho a china e o piazedo,
todos em volta de mim.
Eu também cresci assim
com os pais e os irmãos,
num rancho de barro e chão,
com a quincha de capim.

Aqui enxergo mui longe
respirando o ar puro.
Aqui também me misturo
com este cheiro de pasto,
quando no campo eu passo
com um entono de galo,
escaramuçando o cavalo,
enforquilhado no basto.

Aqui me encontro com Deus,
o nosso Patrão Maior
e levo a vida melhor
do que muito homem rico.
Aqui me identifico,
neste meu pago farrapo,
onde herdei este naco
do meu Rio Grande bendito!

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