No último dia de aula
antes das férias de julho
o piá se encheu de orgulho
com a nota da sabatina
uma nota bem acima
das outras que tinha tido
pois havia prometido
achar o filão na mina
A aula terminou mais cedo
nem chegou a ter recreio
e o piá louco de faceiro
andava lá nas alturas
a mais feliz criatura
alarife e pachola
como se o acontecido na
escola
já fosse a formatura
Deu um tropelão pela
estrada
escramuçando o petiço
pacholeava o piá magriço
embebido de alegria
botou tudo o que sabia
naquela folha de almaço
mostrando desembaraço
confiança e sabedoria
Com ares de autoridade
chegou em casa num upa
carregando na garupa
um entusiasmo ferrenho
sucesso no desempenho
e fibra de vencedor
como o mais hábil pintor
dá vida a um desenho
Da mãe abraço e beijo
e do pai um incentivo
o fato foi um estrivo
pra alçar a perna no
estudo
e fazer que aquele miúdo
um dia dome a ciência
e que com toda a
excelência
faça valer o “canudo”