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terça-feira, 8 de outubro de 2024

DESMANEADO


Quando a ânsia de guri
no meu peito corcoveia
substituo a maneia
por um bom par de esporas
e me vou cego pra fora
dando grito e manotaço
para levar um abraço
aos parceiros de outrora

E ao avistar a porteira
com a emoção me engasgo
mas logo me entusiasmo
e a alegria transcende
a ânsia se desprende
do palanque da saudade
pra se tornar liberdade
que quem é taura compreende

Chego de sorriso largo
como no tempo de moço
e um maragato no pescoço
que o vento cumprimenta
mas o chapéu se sustenta
nos tentos do barbicacho
e esqueço aquele diacho
que na cidade atormenta

Então livre da maneia
e calçado de esporas
gaudereio campo afora
como no sistema antigo
e pelo corredor prossigo
carregando os próprios passos
que me conduzem ao abraço
daqueles velhos amigos

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