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terça-feira, 1 de outubro de 2024

PRA QUEM JÁ FOI DE GALPÃO


Fim de tarde chegando a hora 

da despedida do dia

boleia a perna a nostalgia 

pra matear no coração 

pois quem já foi de galpão 

e se muda pra cidade

morre e não mata a saudade

daquela vida de peão 


Saudade da faísca e da fumaça 

e da brasa viva no tição 

do calor do fogo-de-chão  

e da cambona chiadeira

do café de chaleira 

com uma boia de sal

que tinha gosto especial

ao rapar a frigideira 


Na querência da cidade

emalado então me sinto

e a alma tem o instinto 

de corcovear livremente 

e a ânsia num repente

meu sentimento cutuca

pra fugir da "aripuca"

que sujeita este vivente 


E com a nostalgia palanqueada

no tronco do coração 

encilho o chimarrão 

pra matear com as lembranças 

e aquele tempo da infância 

em um filme se apresenta

passando em câmera lenta

no qual me vejo criança 

4 comentários:

  1. Pra que conhece essa lida, recorda com saudade esses tempos idos e até enxerga os apetrechos gaúchos. Grato p belas lembranças. Chinchado abraço esfumaçado.

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  2. Bonita como sempre tuas poesias meu amigo. Um pedaço de nossa existência campeira.

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