A casa era um tanto mais velha que o dono.
Fazia par com o galpão num permanente sono.
O dono, ainda com sentidos,
levava a vida entre chás e comprimidos
e não usava mais esporas.
Valia-se de um bastão,
assim como tinham escoras,
a casa e o galpão.
Da casa, que fora amarela,
iam caindo as janelas,
e nas roupas do velho,
remendos lembravam elas.
Ele ainda usava chapéu,
e a quincha do galpão,
era um pedaço de céu.
A manivela do poço trocada,
por uma bomba ora emperrada.
A água fresca e cristalina,
não matava mais a sede da tina.
No jardim antigas roseiras,
e as frutas das teimosas laranjeiras,
não eram iguais,
e a faca do velho não as descascava mais.
E o tempo alheio,
assim como veio,
alheio se vai.
E o velho, a casa e o galpão,
com comprimidos, bastão e escoras,
mesmo assim cairão!
Lindaça...como sempre inspirado...
ResponderExcluirLinda poesia, palavras que carregam sentimentos e muita vida vivida! Parabéns!
ResponderExcluirGracias pelos comentários e pela visita. Voltem sempre. Abraço!
ResponderExcluirBela poesia meu amigo. Como sempre marcando lembranças de um tempo antigo, para mostrar aos jovens com era nossa vida no campo.
ResponderExcluirObrigado. Volte sempre!
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