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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

EU E O VENTO

Foto de Giancarlo M. de Moraes

Comichou a minha goela,
quando olhei para o pinho,
num fim de tarde de outono.
Tomei um trago cuiudo,
abri o peito com tudo,
na sombra do cinamomo.

Me senti dono do mundo,
cantando a céu aberto,
enquanto o sol ia embora.
No lusco-fusco a Boieira,
veio ser minha parceira,
brilhando na minha espora.

Lá no mato dava o eco,
parecendo outro cantor,
com a mesma fibra e talento.
E pra laçar um coração,
trancei as cordas do violão,
como se fossem seis tentos.

Mais um trago mais um verso,
tantos  “recuerdos” de amores
e outros tantos de paixões.
Aí o vento assobiou
e no “más” acompanhou,
noite adentro minhas canções.


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