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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

NO RUMO DA PULPERIA

Foto de Giancarlo M. de Moraes
Peguei o meu pingo zaino
no potreirinho dos fundos
encilhei em um segundo
e me mandei pra pulperia
há dias que não bebia
daquela caninha pura
que deixa uma criatura
reborqueando de alegria

Aproveitei a volteada
pra outras “cositas” mais
que não se deixa jamais
nem mesmo na quarentena
um carinho de morena
que sabe o que o taura gosta
quando a gente enrosca
a trança com a melena

Uma orelhada no truco
no qual sou bueno de fato
num quero e vale quatro
blefando em ladainha
e quando a fome apurrinha
roncando a volta da tripa
peço um vinho de pipa
com “guarda-freio” e sardinha

Nem vejo passar as horas
quando dou estas volteadas
e lá pela madrugada
vem um alerta do galo
relincha o meu cavalo
como quem diz “tá na hora”
e antes de ir embora
dou no copo o último pealo

Prossigo no outro dia
a rotina da semana
deixando de lado a cana
pra quando comichar a goela
daí eu cruzo a cancela
no rumo da pulperia
pra regular a pontaria
e retouçar com as donzelas

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