Desenho próprio |
Um
espelho no olho d’água
contra
o barranco da sanga,
onde
se miram pitangas
araticuns
e ingás
e
um pé de cambará
abana-te
preguiçoso,
junto
ao canto melodioso
da
garganta do sabiá.
A
tabatinga vermelha
forma
a tua moldura,
abençoada
água pura
que
vem de dentro do chão,
bebi
no meu chimarrão
de
tardezita sentado
e
aqui às vezes “acocado”,
bebi
na concha da mão.
Nesta
fonte cristalina,
mais
de uma vez por dia,
os
porongos eu enchia,
quando
pequeno aqui
e
me mirava em ti,
pelo
rosto a mão passando
pra
ver se estava despontando
a
barba neste guri.
Nunca
esquecerei cacimba
que
esta água corrente,
matou
a sede da gente,
por
muitos anos a fio
e
sinto até um arrepio,
de
te encontrar novamente
e
saber que és a mesma vertente
que
o bisavô descobriu.
Hoje
voltei outra vez
para
matar a saudade
e
saciar a vontade,
num
gole bem macanudo,
pois
eu sei que farás tudo
pra
refrescar o guri,
que
agora se mira em ti,
porém
crescido e barbudo!
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