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sábado, 16 de novembro de 2013

ENCOLHENDO A CUIA




Venho sufocado com a carestia
neste dia a dia que Deus me reserva
passo no bolicho bem desanimado
e inconformado com o preço da erva
já deixei do pito pra bem do “polmão”
mas com o chimarrão não dá pra “pará”
vou cevar o mate em cuia pequena
e chorar as penas do jeito que dá

“Para disfarçar um pouco o calote
enfeitam o pacote com brilho e brasão
e botam pra dentro tanta porcaria
baita judiaria pra o pobre do peão”

É muita tristeza para um gaúcho
em privar o bucho dum mate espumoso
e ter de passar por este sacrifício  
sem saciar o vício é igual sarnoso
que saudade sinto quando enchia a lata
da erva barata na venda do João
e uma cuia “véia” de botar inveja
dessas que caleja a concha da mão

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