Na última folha do
caderno,
eu rabisquei em
segredo,
assim, com um certo
medo,
da enérgica professora,
uma cartinha pra ti.
Quis fazer a letra
bonita,
mas tomado de emoção,
mal dominava a mão,
até que fiz a escrita.
Não sabia o que
escrever,
escrevia e apagava
e a palavra, “gostava”,
foi a que mais escrevi
e a que menos apaguei.
Eu trocava tu, por ti,
também escrevia você,
gastei todo o abc,
depois li e reli.
No outro lado da folha,
um coração e uma flor,
escrevi meu amor,
dobrando aquela
cartinha
e com os olhos
fechados,
dei um beijinho no
meio,
pra te entregar no
recreio,
se te encontrasse
sozinha.
Ao te ver longe das
outras,
o ar quase me faltava,
minha perna cambaleava,
meu coração disparou,
retirei então do bolso
e caminhei pra o teu
lado,
fiquei todo encabulado
e a coragem me faltou.
Nunca ficaste sabendo
e não contei pra
ninguém,
ainda te quero bem,
muito mais do que
amiga.
A cartinha ainda tenho,
guardada a sete chaves,
talvez um dia, quem
sabe,
te entregar eu consiga.
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