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terça-feira, 29 de abril de 2014

É CEDO



Foto de Gilberto Moraes Jr.
É cedo! Tome mais um mate
que ainda tem água na cambona,
pois a saudade é gaviona,
quando estamos à distância,
deixando a gente na ânsia,
ela vai roendo de manso,
por isto agora em meu rancho,
voltamos a ser criança.

Vamos falar das caçadas
de bodoque e “aripucas”,
lembrar também da garupa
da petiça que era uma mola,
no caminho da escola,
troteando com nós em cima,
relembrar Dona Catarina
que poliu nossa cachola.

Vamos falar do açude
que hoje a seca castiga,
dos mergulhos de barriga,
e os olhos avermelhados,
lembrar dos peixes engasgados,
em nossas linhas de espera,
das “vergamotas” na tapera
dos marimbondos safados.

Vamos falar das gurias,
dos namoros em segredo,
relembrar nossos brinquedos,
feitos de lata e carretel,
da mangueira e o redondel,
do gado de sabugo e osso,
das arruaças e retoço,
com os guris do seu Manoel.
 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
 É cedo! Tome mais um mate!

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