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quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

A DO MEIO

Foto de Gilberto Moraes Jr.



 Quando o capataz se aposentou por força da lei, eu tava ali ali pra ir pro quartel. 

Seu Mulato, cedeu a vaga pra um sobrinho, que veio de muda com a família.

O novo capataz, a exemplo do tio, era homem pra toda a lida. Logo foi conquistando o pessoal da casa. Campeiro era ele. Tinha três potrancas crioulas, por sinal, um privilégio da morfologia, mas a do meio...!!! Boa de encontro, anca larga, crinuda e tudo mais o que agrada. 

Me apaixonei de vereda. Era uma e duas e eu tava montando, às vezes em pelo, outras apenas um pelego me forrava os joelhos. Nunca usei buçal nem freio, a boca sempre livre.

Chegou num ponto que o novo capataz falou pro meu pai pra que eu saísse uns dias e talvez encontrasse uma que combinasse mais comigo, que fosse registrada e tals.

Bueno, pra encurtar a história, fui para o quartel e na primeira carta que mamãe me escreveu disse: meu filho, temos novidade, o novo capataz falou pro teu pai que sabia que a intimidade tua com a guria do meio ia resultar em cria.

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