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domingo, 12 de janeiro de 2020

O RIO GRANDE NO GALPÃO

Foto de Jorge Luiz Laranjeira

Braseiro, espeto, sal
e uma ponta de peito,
pra ninguém botar defeito,
nem criticar o ritual,
um trago ao natural
no bico de um borrachão,
a cuia de chimarrão
no sentido anti-horário,
está o Rio Grande Lengendário
convivendo em meu galpão.

Uma prosa, um lembrete,
cantoria e pacholeio,
um rebenque no esteio,
junto as esporas de um ginete,
um basto no cavalete
sob os pelegos e o xergão,
e o calor do tição,
neste campeiro cenário,
aquece o Rio Grande Legendário
no interior do meu galpão.

Recuedos de quem foi moço,
na tisna do picumã,
o renascer das manhãs
no café com a água do poço,
lenço atado ao pescoço,
e firmeza no garrão,
o culto à tradição,
num costume voluntário,
é o Rio Grande Legendário,
morando no meu galpão.

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