A bailanta do Zé Grilo
tinha uma janela do ladopros fundos tudo fechado
e uma portinha no oitão
num dos cantos o balcão
onde o trago era o consolo
pra um descorno ou rolo
com borrachos em comunhão
No outro canto as chinocas
retoçavam entre cochichos
na certeza que um cambicho
se achegaria de manso
o gaiteiro sem descanso
debulhava a botoneira
e as velhas alcoviteiras
bisbilhotavam no rancho
Com pouco espaço pra dança
tiravam as mesas pra fora
não se dançava de esporas
pra evitar algum dano
mais de cem bailes por ano
saíam com qualquer tempo
e o Zé Grilo sempre atento
de olho nos "Castelhanos"
Só lembrança resta agora
daquele divertimento
que foi no lombo do tempo
para os salões da cidade
e enquanto a sociedade
se moldou num novo estilo
a bailanta do Zé Grilo
morreu triste e com saudade
Nenhum comentário:
Postar um comentário