Foi na cancha do Espinilho
minha última carreira
porque a minha parilheira
vinha com luz de pescoço
e o filho do João Caroço
trapaceiro e emborrachado
abanou um lenço colorado
e a égua se abriu seu moço
O julgador outro maula
com um sorriso entre os dentes
considerou um acidente
e me brindou com a derrota
puxei do cano da bota
uma língua de chimango
e qual um touro berrando
fui resolvendo a lorota
E peleando ali solito
não me escapei de uns pontaços
nos dedos nas mãos nos braços
mesmo eu sendo ligeiro
mas no borracho trapaceiro
que era o motivo da encrenca
mandei-lhe um golpe na penca
estrebuchando o baixeiro
Cansado peguei a estrada
entre arrependido e satisfeito
mas era o meu o direito
de reclamar da trapaça
nem deixar passar de graça
aquele baita desaforo
de um fiofó de cachorro
na conserva de cachaça
Já nas casas fiz um mate
e fiquei ali pensativo
em botar o pé no estrivo
e explorar a geografia
mudar de ares um dia
cruzar a-lo-largo a porteira
quem sabe até a fronteira
numa vereda consciente
pra se dar conta o vivente
de que a vida é passageira
A égua botei no brique
e em carreira não me meto
vou sossegar o esqueleto
no costado das percantas
quem sabe lá pelas tantas
tenha um amor verdadeiro
um ranchito hospitaleiro
junto de uma alma santa
Muito linda parceiro como outras que escreveste
ResponderExcluirQue beleza de carreirada de cancha reta. E o índio velho que não leva desaforo pra casa.. belo causo de um cenário gaúcho. Parabéns meu amigo.
ResponderExcluirTambém troquei de ramo quando meu cavalo(Rachid) um PSI tirou um terno com duas luzes de folga e na final se afrouxou e perdeu
ResponderExcluirPara um baio mestiço. Então “fechei a firma”. Abcs Tatsch
Muito bom. Parabéns.abraço
ResponderExcluirObrigado. Volte sempre!
ResponderExcluirParabéns, muito lindo!
ResponderExcluirObrigado. Volte sempre!
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