A criança que eu fui
às vezes em mim desperta
não tem dia nem hora certa
quando vejo sou guri
cavalgando aqui e ali
no lombo do devaneio
sem os pelegos e o freio
na querência onde nasci
Não escolho itinerário
nas fantasiosas jornadas
recorro muitas estradas
e corredores sem fim
mas volto pra donde vim
pois o pingo sabe o rumo
e na garupa me arrumo
porque o guri quer assim
Sem ter hora pra voltar
prossigo a cavalgada
e pelo meio da estrada
reparto uma tropa de nilos
e num galopar tranquilo
vislumbro o rancho tristonho
e entre o real e o sonho
o guri tira um cochilo
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