Sob a proteção Divina
num rancho de santa-fé
com os filhos e a "muié"
morava o seu Antenor
conhecido benzedor
o qual além das fronteiras
suas rezas milagreiras
curavam o mal e a dor
Frente ao rústico oratório
de imagens bem povoado
ajoelhava-se concentrado
com toda sua devoção
segurava a testa com a mão
e permanecia em silêncio
velas acesas e um incenso
balbuciava a oração
Com um copo d' água e um ramo
com voz rouca e muito calma
aquela bendita alma
sem auxílio de missal
iniciava seu ritual
e o rancho de santa-fé
era um templo de fé
um reduto celestial
E naquele rancho santo
no meu tempo de guri
muitas vezes me benzi
pelas dores aturdido
e ficava encolhido
qual rodilha de cipó
no colo da minha vó
que me acariciava o ouvido
Um belo tributo àquelas almas santas que amenizavam as dores de quem a elas recorriam nos longínquos rincões gaúchos. Me trouxe a memória um benzedor Sãopedrense, seu Sabino, cuja alma era tão branca quanto seus cabelos. Que Deus lhe dê a paz bem merecida.
ResponderExcluirÀs almas puras, o Pai Maior concedia a graça de, ao menos amenizar, o sofrimento de quem a elas recorriam. Obrigado pelo belo e verdadeiro comentário. Volte sempre!
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