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sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

A TAL DE SAUDADE


As galinhas num gingado

rumavam para o poleiro

as vacas vinham chegando

lá do fundo do potreiro

um guri tratava os porcos

o outro prendia os terneiros

e pelas "Ave Maria"

a tarde se despedia

no cantar do João Barreiro 


Assim terminava a tarde

assim findava o dia

a noite trazia a lua

cheia de encanto e magia

o vento quebrava o silêncio 

assobiando uma melodia 

uivava a cachorrada

e no rancho a gurizada

depois de uns causos dormia


Por volta da madrugada 

os mais velhos estavam em pé 

com uma boia de sal

reforçavam o café 

mais tarde a gurizada

com cara de jacaré 

repartiam a gamela

para tirar a remela

e os tatus do chaminé 


Lá em casa e na vizinhança 

o galo tocava o clarim

marcando a "hora da pegada"

pois tinha que ser assim

e depois no entrar do sol

a jornada tinha fim

e hoje  a tal de saudade 

quando vem para a cidade

sempre procura por mim

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