As galinhas num gingado
rumavam para o poleiro
as vacas vinham chegando
lá do fundo do potreiro
um guri tratava os porcos
o outro prendia os terneiros
e pelas "Ave Maria"
a tarde se despedia
no cantar do João Barreiro
Assim terminava a tarde
assim findava o dia
a noite trazia a lua
cheia de encanto e magia
o vento quebrava o silêncio
assobiando uma melodia
uivava a cachorrada
e no rancho a gurizada
depois de uns causos dormia
Por volta da madrugada
os mais velhos estavam em pé
com uma boia de sal
reforçavam o café
mais tarde a gurizada
com cara de jacaré
repartiam a gamela
para tirar a remela
e os tatus do chaminé
Lá em casa e na vizinhança
o galo tocava o clarim
marcando a "hora da pegada"
pois tinha que ser assim
e depois no entrar do sol
a jornada tinha fim
e hoje a tal de saudade
quando vem para a cidade
sempre procura por mim
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