A
promessa era feia,
se
eu rodasse na escola,
tomaria
uma esfola,
de
ter o lombo salgado
e
trabalhar no pesado,
pra
ter responsabilidade,
pois
já estava com idade,
de
saber o certo e o errado.
Não
levava a coisa a sério,
no
dia da sabatina,
o
lápis de anilina,
sempre
mal apontado,
o
papel almaço pautado,
eu
fazia um canudo,
me
lixando pra o estudo,
levava
tudo flauteado.
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E
veio a nota de maio,
com
a pelagem colorada,
eu
tinha dado uma melhorada,
tirando
quarenta e quatro,
mas
muito longe do trato,
que
era pra ser setenta,
sessenta
ou até cinquenta,
foi
vadiagem de fato.
Meu
pai me falou de novo,
apertando
o parafuso
e
não permitiria abuso,
o
velho é faca na bota,
pois
conforme ele toca,
a
gente tem que dançar,
tive
então que me esforçar,
pra
levantar minha nota.
Meu
bodoque foi caçado
e
nem pensar jogar bola,
ir
de a pé para a escola,
e
mais uns outros castigos,
me
reunir com os amigos,
só
nas tardes de domingo
e
assim eu fui seguindo,
até
que passei de livro.
Cheguei
em casa faceiro,
botando
os bofes nas ventas,
mostrando
a média setenta,
indo
muito bem na prova,
tirei
o pé da cova,
e
me voltou o conforto,
livrando
assim o meu corpo,
de
levar uma baita sova!