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sábado, 15 de junho de 2013

CHAMANDO NAS PUAS

Um alarido no terreiro,
dos meus piás e os da vizinhança,
encenavam uma festança,
de um comércio fictício,
carreira de compromisso,
na garantia do pé,
onde os meus levavam fé,
no caçula o mais petiço.

Um metro e meio de taquara,
simbolizando o parelheiro
e folhas do abacateiro,
é que recheavam as guaiacas,
no fim dos trilhos uma estaca,
demarcava a chegada
e o montante da parada,
sobre um retalho de capa.

Eu chimarreava pra um lado,
fingindo estar alheio,
mas sentindo certo anseio,
porque já passei por isto,
tanto foi que o reboliço,
mexeu com meu interior,
me levando ao partidor,
pra incentivar meu petiço.

O outro piá regulava,
mais ou menos com o meu,
mas o caçula cresceu,
ao sentir minha presença,
pois lhe passei experiência,
pra conduzir o jardeio,
e assim que o outro veio,
ele fez a diferença.

O guri adversário,
era ligeiro e esperto,
cada vez ia mais perto,
causando certo assombro,
mas numa torcida de lombo,
meu piá atravessou o cavalo,
dando no outro um pealo,
deixando o coitado zonzo.

O caçula foi até o fim,
se achando o maioral,
mas eu lhe fiz um sinal,
com um olhar negativo,
pois não havia motivo,
pra usar de falcatrua
e lá mesmo chamei nas puas,
passando-lhe um corretivo.

Corri até a estaca,
já empunhando meu relho,
uns laçassos e um conselho,
passei assim de primeira,
dei por perdida a carreira,
sem o aval de ninguém,
pois quero homens de bem
e não sujos e calaveiras.

Fiquei com dó do coitado,
mas tinha que corrigir,
não se conquista o porvir,
andando fora do trilho
e uma vida com brilho,
com hombridade e confiança,
é a melhor parte da herança,
que um pai deixa para os filhos!

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