quero
ver tudo de novo
abraçar
todo o meu povo
fazer
tudo o que eu fazia
levantar
de madrugada
pra
poder espiar a geada
bem
antes de clarear o dia
Cevar um
mate topetudo
e encher
com água da sanga
ver
ajojados na canga
os bois
que deixei tambeiros
tomar
café de chaleira
e ver a
minha parelheira
na
cancha dos três coqueiros
Preparar
um revirado
para
quebrar o jejum
depois
puxar um por um
os tetos
da holandesa
quero
ver velhos retratos
e a mãe
espantando os gatos
que
querem subir na mesa
Botar
aquele chapéu
que
ainda tem o meu cheiro
e
fumacear um palheiro
fechado
na palha fina
numa
manhã ensolarada
dar de
mão numa enxada
me
destorcer na capina
Vestir a
velha bombacha
assim
mesmo remendada
a bota
toda esfolada
e aquele
lenço encarnado
com um
pelego e um freio
vou
montar sem o arreio
no baio
ruano encerado
Pegar a
mala de garupa
pra ir
na venda a cavalo
quero
molhar o gargalo
com
aquela caninha buena
ficar
com o olho atento
espiando
lá para dentro
pra namorar a morena
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