Quando o
mês de outubro já deixava a estrada, e o novembro despontava na curva, as
conversas sobre o Natal e Fim de Ano eram mais frequentes.
Isto era
um prenúncio de que as férias escolares também estavam próximas e a euforia
recheada de ansiedade tomava conta da gurizada. Tanto os da cidade quanto os lá
de fora.
Aqui a
gente se tornava bonzinho, mais obediente do que de costume, mais atencioso,
mais cumpridor das tarefas. Passava mais tempo em volta dos livros.
Os de lá,
“ardilavam” brincadeiras e safadezas. Faziam dieta para os cuscos com o
propósito de que ficassem leves ao correr as lebres e desentocar tatus.
Pegavam
mais seguido os cavalos que andavam de lombo meio duro e seriam sovados nas
pescarias e nos passeios. Ah! Os caniços e as linhas também tinham retoques.
Troca de anzóis rombudos, chumbadas, maçarocas...
As
forquilhas e os “corinhos” para bodoque tudo já pronto, esperavam as borrachas
que os daqui levariam.
A
paisagem de lá parece que sabe quando a gente vai e muda a roupa ali pela
primavera e se conserva cheirosa a nos esperar. O sol nem se fala, a lua então... Até os vaga-lumes acham que são estrelas.
E enfim,
o dia da chegada lá. Parece que nada mudou da última vez, porque com o alarido
do encontro a gente não se prende aos detalhes, mas alguém notou o poste da
luz.
As férias
a partir de agora, não terão mais aquelas noites de picumã com cheiro de
querosene.
que lindo Deroci. Parabéns.... Abraços.
ResponderExcluirObrigado. Volte sempre!
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