Cabresteando a meu jeito
me achego pro parapeito
pra uma encilha no gateado
folga do fim de semana
tirar um pouco da escama
e retouçar no povoado
Bisbilhoteio a guaiaca
passo em revista as patacas
glostora e água de cheiro
pilcha nova bem pintoso
boto no pingo um toso
não sei qual o mais faceiro
Traquejo na aparência
vou prestar minha continência
lá no balcão do bolicho
boleio a perna faceiro
saudando o bolicheiro
com um verso no capricho
O violão levo comigo
pra acompanhar os amigos
num entrevero de trova
depois na hora da dança
até minh'alma balança
e o esqueleto se sova
Em meio a poeira e a fumaça
até nem sei se o tempo passa
a lida deixo de lado
e se levo algum carão
não arrumo confusão
sei que sou mal desenhado
Sigo firme no embalo
aproveito e tiro o talo
dos dias que estou solito
se a prenda me dá confiança
peço de novo outra dança
e se facilitar repito
São poucas horas no povo
mês que vem to aqui de novo
pra mais um saracoteio
pois pra um peão que é bom de dança
sempre sobra alguma trança
embora que seja feio
Parece que a noite encolhe
e entre uma dança e um gole
desponta a madrugada
um fim de baile se anuncia
e na garupa do dia
sigo meu rumo na estrada
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