Ansioso
espero o sábado
pra
ir pro saracoteio
e
pra ver se me enleio
nas
tranças de uma chinoca
pois
o meu rádio provoca
e
eu carrego a bateria
quando
no programa anuncia
Baitaca
e o Fundo da Grota
Me
pego com a vassoura
e
saio espalhando o pé
vai poeira pro santafé
com a batida do taco
o suor do meu sovaco
escorre pela costela
e o cabelo da magrela
vai se desmanchando em
fiapo
Um passeio pelo galpão
pra firmar a andadura
e golpear aquela pura
que busquei lá no “lambique”
pra sábado manter o pique
matando minha coceira
entreverado na poeira
dando alce ao apetite
Vem o sábado com sala
cheia
copa farta e bom gaiteiro
deixa o vivente faceiro
que nem pinto na “quirela”
a lua vem na janela
espiar o “burburim”
talvez pra encontrar em
mim
o par pra dançar com ela
Como a noite fica curta
no vai e vem de um surungo
parece que até o mundo
arrodeia mais ligeiro
na fumaça vem o cheiro
da querosene no fim
mas aquela ânsia em mim
não termina por inteiro
Já pensando noutra volta
madrugada sigo o rumo
um dia sei que me aprumo
juntando os trapos com
alguém
morar longe e sem ninguém
não há cristão que aguente
porque solito um vivente
nem a sorte lhe faz bem
Nenhum comentário:
Postar um comentário