Cedito ia pra escola
de calça curta e tamancos
atravessando os campos
ainda brancos de geada
com as orelhas geladas
o nariz roxo de frio
e floreando um assobio
com notas desafinadas
Um ventito sorrateiro
chamuscava minhas canelas
e numa prosa com elas
aligeirava os passos
abrindo mais o compasso
sobre a pinguela da sanga
e limpava o nariz com a
manga
na parte inferior do braço
Me juntava com outro piá
lá na casa do vizinho
magricela e mulatinho
meu amigo de verdade
estes recuerdos e saudade
brotam no meu pensamento
no conforto d’um
apartamento
no tumulto da cidade
E o mulatinho magricela
vive tranquilo por lá
com a mesma alma do piá
que me esperava na estrada
da escola não sobrou nada
além do aprendizado
do amigo e mano adotado
e as cartas da namorada
Recuerdos do tempo piá. Feliz quem teve essa boa infância e melhor quem transforma em versos para a eternidade. Parabéns meu amigo.
ResponderExcluirObrigado. Volte sempre!
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